16 de março de 2018

Hoje perdi-te por (longos) minutos!

Esta semana perdi-te... Durante cerca de 20 minutos não soube de ti...

Foram 2 segundos a ajudar a S. a vestir o casaco, e quando me virei, já não estavas ali!
Senti-me, por momentos, gelada... O sangue não circulava, a respiração custava a sair, e o meu foco, além de ser encontrar-te, centrava-se em não perder o controle... 
E assim, de mão dada com a tua irmã, procurei-te em todo o lado que poderia imaginar, mas em vão...
Não respondias à minha chamada, não te ouvia a voz (e desta vez o teu silencio é que me ensurdecia), e sentia os minutos a passar e imaginava-te cada vez mais longe! Não podia ser! Não podias ter saído dali, nem tu farias isso, nem o nosso anjo da guarda permitiria... 


E decidi pedir ajuda, já no limite das minhas forças, para me manter focada e controlada perante a tua ausência... Segurava a mão da tua irmã, respirei fundo e disse as palavras "Perdi a D.!" 

E a frase ficou a ecoar na minha cabeça...! Procurei novamente em todos os sítios que já tinha percorrido, e diziam-me "é impossível ela ter saído daqui!"... e eu tinha de acreditar nisso!


Até que, na ultima porta que abrimos, lá estavas tu, descansada da vida a brincar!


Tinha vontade de te ralhar, e até de descarregar todos os meus medos em ti! 

Senti-me, literalmente, a descongelar quando te vi! O que antes me gelava agora fazia-me sentir tonta e cheia de calor! Só queria agarrar em ti e sair dali! 
Disse-te o quanto zangada e assustada estava, por não me teres dito para onde ias! Bastava uma palavra tua "Mãe, vou ali...!" e nada disto tinha acontecido! Ou bastava eu estar mais atenta.... A culpa não foi tua, obviamente, mas eu estava tão assustada... Só queria ir para casa com vocês as duas!


Chegamos ao carro e pedias desculpa sem parar, percebeste o pânico em que eu estava e dizias "eu não fugi, eu só estava a brincar"... E eu sei que estavas! Desculpa por não estar sempre atenta! Às vezes, com vocês as duas, fica difícil... Desculpa! Desculpa! 


À noite, quando te deitava disseste-me, do alto dos teus 4 anos "Mãe, não mais ficarás assustada!"... e eu digo-te "A culpa não foi tua filha... nem minha... mas não quero voltar a sentir-te perdida... Porque foi o pior que senti até hoje! Amo-te!"