2 de fevereiro de 2018

A caminhar sozinha, mas pouco!

Esta semana, depois do período de adaptação à escola nova ter sido interrompido com uma semana de férias, foi a semana de entrares sozinha…

Chegou a altura de dares um beijinho à Mãe, no portão da escola, um abraço apertado, pedires-me para trabalhar “só este bocadinho” e seguires o teu caminho pela escola até à sala do ATL… E lá foste tu, para meu espanto, a sorrir e a olhar para trás enquanto me acenavas um adeus tão doce… 

Que crescida que estás!
E que orgulho eu sinto em ti, e na menina em que todos os dias te estás a tornar…
Quem diria que ias caminhar assim, segura de ti, a sorrir, sem me segurares a mão… 
Sem ires nervosa até à porta da sala, por não gostares da despedida… Sabes, eu também não gosto!

Tenho aprendido tanto contigo filha! E esta nova fase está a tornar-nos melhores às duas…
Sabes, é sempre o “pobre” do irmão mais velho quem mais sofre com os erros dos Pais!
É contigo que aprendo, que abro caminho perante a minha inexperiência nesta nossa viagem, e que tudo é feito “pela primeira vez”…
Por seres a mana mais velha, às vezes espero demais… Espero que sejas crescida demais, madura demais, responsável demais… Mas estou a fazer um esforço para nunca me esquecer que também tu és uma “bebé” ainda! Que também tu estás a aprender a crescer e a ser uma menina grande… E eu, a aprender a ser Mãe!

Amo-te!




“Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz..”

Fernando Pessoa

O dia da entrada no Jardim de Infância

Este texto foi escrito com o coração nas mãos, e cheia de medos! 
Hoje, passado o tempo de adaptação à nova realidade, estamos felizes...



Meu amor, hoje foi o dia… O teu primeiro dia de muitos que virão…
Entraste para o Jardim de Infância, nova escola, novos amigos, novas caras, novas pessoas… Compreendo o que tu sentes princesa… E admiro a maneira como tentas lidar com isso de forma tão meiga, mesmo quando estás a sofrer… A sofrer porque não gostas de mudanças… Porque ainda não aprendeste que as mudanças, além de necessárias, também são boas… E que as novas experiências só nos enriquecem e fortalecem! Um dia vais aprender, talvez quando estiveres a ler esta carta já o tenhas aprendido…
Hoje deixei-te na escola dos crescidos “sozinha” pela primeira vez, e vim com o coração nas mãos… Bem apertadinho!
Apenas porque te amo mais que tudo, e estou a deixar ser livre o meu bem mais precioso! É altura de começares a voar, e cada vez te preparas para voos maiores… é isto a vida princesa…
Acredito de coração que vais ser muito feliz na escola nova, e prometo que vou estar sempre aqui para te ajudar e apoiar! Sempre!
E não te preocupes que não perdeste nada nem ninguém… As professoras e amigos que ficaram para trás, estarão para sempre no teu coração, na tua memória, gravados na tua alma e no ter ser… Além disso já te prometi que, no que depender de mim, vais poder matar saudades sempre que quiseres, desde que já saibas lidar com isso…com a saudade e a ausência…
E sim, filha… A resposta à tua pergunta de ontem à noite é SIM! As lágrimas de saudades são felizes, quando nos fazem lembrar momentos bons… Ou maus não deixam saudade!


Amo-te!